sábado, 18 de maio de 2013

Entrevista: Tadheo de Carvalho

Enfim atualizando!

Nada melhor que ter uma entrevista exclusiva como primeiro post do ano.
O entrevistado da vez é o Diretor Artistíco do Conservatório Brasileiro de Dança, ele mesmo: Tadheo de Carvalho!

Tadheo é Ballet Master e Regisseur da Companhia Brasileira de Ballet, Maestro e Diretor Artístico do Conservatório Brasileiro de Dança. O mesmo também atua como jurado em vários concursos e festivais nacionais e internacionais.

Seu trabalho direcionado à técnica masculina possui grande reconhecimento no Brasil e o mesmo tem sido convidado por inúmeras instituições de dança clássica a ministrar cursos e workshops.

Para saber um pouco melhor sobre o Tadheo e sua trajetória profissional, é só conferir a entrevista abaixo:


1 - Conte-me um pouco sobre a sua trajetória

Bom, na realidade eu nunca havia pensado em ser bailarino.
Tadheo de Carvalho
Tudo começou quando passei a trabalhar na famosa empresa de lápis, a Faber Castell. Foi quando dei início a minha carreira na música, ao fazer parte da Banda Marcial (oficializada pelos funcionários da empresa).
Tocávamos por puro lazer e cultura, mas posso dizer que eu adorava fazer parte dessa banda, pois além de tudo nós viajávamos por todo o Brasil em grandes apresentações como concursos e grandes Galas.
Foi a partir dessa experiência que passei a estudar música com o Maestro Roberto Mori Roda, e foi com ele que aprendi a tocar Barítono.

Pouco depois, em um de meus passeios em uma praça no interior do Estado de São Paulo notei que havia um rapaz me fotografando. Logicamente estranhei sua atitude e fui perguntar por qual motivo ele fazia tal procedimento.  Ele esclareceu tudo dizendo que era um agente de moda, me entregou seu cartão e pediu que eu entrasse em contato caso tivesse algum interesse em ser fotografado e agenciado. Aceitei sua proposta e a partir daí fui dar uma de modelo (risos). Numa de minhas aulas de moda o meu professor de passarela recomendou que eu tomasse também algumas aulas de dança, pois eu possuía um físico interessante e segundo ele um bom modelo deveria saber se movimentar. E foi por esse motivo que procurei uma escola de ballet. Lembro que em minha primeira visita à escola fiquei assustado, pois quando cheguei estava tendo aula de ponta e eu fiquei imaginando se teria que fazer o mesmo. Mas logo que comecei a ter as minhas primeiras aulas me tranquilizei pois vi que nada tinha a ver (risos). O engraçado é que em um dado momento da aula a professora olhou para o meu pé com grande surpresa e chamou as meninas para darem uma olhadinha nele. Confesso que fiquei realmente assustado e curioso, queria saber o que tinha de tão absurdo em meu pé para todos estarem olhando tanto. Foi aí que me explicaram que eu tinha um tal de colo de pé, nunca me esqueço desse dia constrangedor (risos). Esse período que passei na escola de ballet foi bastante duro, pois por ser o único homem da escola me arrancavam o coro. Posso dizer que dancei muito!

Mas nem tudo foi assim tão animador...
Lembro que fui escalado para o meu primeiro repertório (Don Quixote) por conta do meu bom físico.
A bailarina que dançou comigo era muito bonita, mas o que seria de mim apresentando esse repertório em Joinville? Ainda que com um certo receio me joguei, mas dancei mal à beça. Uma das juradas (Tatiana Leskova) escreveu em sua crítica coisas muito boas a respeito da bailarina que dançou comigo, a elogiou muito. Quanto a mim ela disse o seguinte: "Bailarino muito fraco, não sei se terá futuro no Ballet." Nossa, esse comentário acabou comigo! Mas ainda assim nunca desisti de continuar. Com o passar dos anos fui crescendo e desenvolvendo cada vez mais o meu trabalho, dancei muitas coisas Brasil à fora.

Após muito estudo enfim me firmei no Ballet. Digo isso porque antes era somente "cair e levantar, cair e levantar."

Madame Halina Biernacka
Posso dizer que aprendi o que é ballet de verdade com a minha eterna Maestra Madame Halina Biernacka, polonesa radicada no Brasil (obviamente já falecida a anos) ela era muito rígida, sofreu na II Guerra Mundial e acabou se exilando em nosso país. Foi a partir de Halina que tudo começou, que as portas do verdadeiro mundo da dança se abriram para mim.  Fazendo história com ela posso dizer que aprendi muitas coisas, como a aceitar o fato de que a dança era muito maior do que o meu próprio coração, na realidade estava muito além da minha própria alma. Lembro-me que ela era muito engraçada em suas aulas, e se irritava muito facilmente também. Inúmeras foram as vezes que dava 1h e meia de aula e não saíamos do Rond de Jambe, era uma verdadeira tortura! (risos). A parte mais engraçada era o cigarro que ela colocava em baixo da minha perna em uma sustentação, com a intenção de eu não deixá-la descer. Mas de nada adiantava... a perna sempre caía e eu ficava com várias marcas de cigarro nela (risos).

Halina foi grandiosa na minha vida, não me ensinou apenas a fazer aulas, mas a vivenciar uma carreira. Ela me contava muito sobre as suas experiências na II Guerra Mundial, e estando a par de tamanha experiência eu logicamente só tinha mesmo muito a evoluir, não apenas como aluno, mas principalmente como ser humano. Ela sempre soube como cativar seus alunos e transmitir sabedoria a eles, e na realidade essa é a meta de um grande Maestro. E eu jamais fui humilhado por nenhum de meus Maestros, muito pelo contrário. Por Halina, por exemplo, sempre fui tratado com muito carinho. Talvez por ela sempre ter acreditado em mim e no grande artista que eu poderia me tornar.

Após toda essa minha trajetória com minha querida Maestra Halina dei continuidade a minha carreira e estudos em Cuba. E foi em Cuba que tomei a decisão completa sobre todo trabalho metodológico e estilos de ballet, foi onde realmente compreendi todo ensinamento de Halina Biernacka, que me deu toda a base. Cuba concretizou tudo que eu necessitava.

Porém nem tudo foi assim tão fácil, as pessoas imaginam que chegar em Cuba é conseguir ser uma estrela e estão enganadas quanto a isso. Sofri muito na época, principalmente porque o país estava passando por momentos difíceis, muito piores do que hoje se encontram. Passei fome, sofri com a miséria, presenciei a passagem de um furacão e algumas epidemias. Inclusive acabei pegando Hepatite Viral da água. Foi realmente horrível, a cada duas casas tinham 3 casos de Hepatite (ou seja, uma verdadeira epidemia).
Para se ter uma ideia, não existia ônibus. Eu pegava carona nos sinais, quando não isso eu tinha que pagar 5 pesos cubanos por um táxi popular que cabiam 7 pessoas dentro (contando com o motorista), uma verdadeira lata de sardinha. Sapatilhas eram 3 para durar um ano (risos). Acreditem, eu usava fita de esparadrapo para colar na ponta da sapatilha (para assim ela não rasgar tão facilmente), mas ainda assim ela furava por conta do piso de madeira. A vida não era mesmo fácil, os Cubanos sofriam muito (e eu também).Lá morei num albergue onde eu tomava banho de canequinha (de água fria) com ratos me apreciando, quando não isso eram baratas enormes (nunca vi baratas tão grandes como aquelas caribenhas, risos). Enfim, passei por muitas outras coisas. Claro que Cuba é maravilhosa, mas tinhas seus problemas sérios. A falta de água e os apagões (que duravam dias) eram alguns deles.

Maestra Laura Alonso
Após um incidente com um fogão (sofri uma séria queimadura em uma de minhas mãos) e fui parar no Hospital Militar (era para onde os estrangeiros eram direcionados). Lembro que essa minha mão ficou cheia de bolhas por conta da queimadura, e justo no dia seguinte eu tinha aula. Foi horrível e eu não queria fazer aula, não estava em condições. Mostrei minha mão a minha Maestra Laura Alonso, mas ela me disse: "Que me importa su mano quero saber de su classe que es mas importante que esta dolor." Foi um verdadeiro sofrimento fazer aquela aula com a mão toda queimada e cheia de bolhas, eu mal conseguia segurar na barra... a segurava com os dedinhos.

Meus anos de estadia em Cuba foram anos difíceis, mas de grandes aprendizados.
Muitos bailarinos reclamam demais e mal sabem eles que há sofrimentos para se atingir um objetivo e enraizar sua arte. Não adianta achar que sabe de dança e ir fazendo tudo aleatoriamente, copiando o que se vê à frente. Um bailarino deve ter anos de estudos e passar por experiências, e só a partir disso saberá diferenciar o certo do errado, só a partir disso saberá reconhecer por onde está indo e onde deseja chegar.
Tudo tem seu preço, digo isso por experiência própria, tendo em vista tudo o que passei... a fome, as tristezas, a saudade do Brasil e dos meus amigos.

Por ser estudante eu ia ao Grand Teatro e sempre assistia as grandes galas do Ballet Nacional de graça. Ali vi a tradição e o sonho das grandes estrelas mundiais, vivi momentos de lágrimas e emoção, vivi uma realidade impressionante. São momentos de minha vida que jamais poderei esquecer, ali encontrei a humanidade, encontrei a humildade. Os Cubanos dão valor a quem você realmente é, e respeitam a sua pessoa de verdade. Em Cuba a arte tem valor, ser um bailarino é ser grandioso.  Quando deixei Cuba meus sonhos ficaram para trás, e passei a sentir muita saudade da grande experiência que passei em minha vida e que levarei pelo resto dela.

Tadheo de Carvalho
y Lorena Feijóo
(Primeira Bailarina - San Francisco Ballet)
Ao voltar ao Brasil passei a dar cursos por todo o país e assim fui desenvolvendo e mostrando o meu trabalho em várias escolas. E como sempre a competição era sempre complexa, pois no Brasil o povo ainda não acredita que santo de casa pode fazer milagres. O tempo passou e eu fui criando uma forma de trabalho mais específica. As dificuldades sempre me acompanhavam, busquei muitos trabalhos no Brasil mas o ego de algumas escolas nunca permitiam um trabalho sério e verdadeiro. Uma coisa que sempre me recordo é de eu ter que abdicar muitas coisas de minha vida para poder seguir minha carreira. 6 meses após a minha chegada ao Brasil, após alguns trabalhos pelo Rio de Janeiro minha mãe estava na UTI e tive que sair correndo para São Paulo, infelizmente não cheguei à tempo e ela já havia falecido. No mesmo dia do enterro de minha mãe eu ensaiava O Lago dos Cisnes.

Os anos se passaram, mas não perdi as esperanças de um dia vencer em minha vida. Continuei com muita luta e determinação pelo Brasil, as portas se fecharam muitas vezes para mim, tive tempos de colheitas e de seca, mas sempre determinado a vencer. Voltei a me envolver com Cuba e finalmente passei a trabalhar com o Ballet Nacional de Cuba (onde trabalhei por dois anos em turnês pelo Brasil e MERCOSUL, foi uma grande experiência). Passei a me dedicar a Escuela Cubana de Ballet. Nestas épocas pude ter grandes experiências com grandes estrelas do próprio Ballet Nacional, como também de outras cias do mundo como a Royal, Kirov, Ópera de Paris, American Ballet e muitos coreógrafos maravilhosos como Goyo Monteiro, Alberto Mendes, Nacho Duato, entre outros. Nesse determinado período eu estava destinado a sair do Brasil e ir embora de uma vez por todas, pois não havia mais expectativa para eu viver aqui (meu pai também havia falecido quando eu estava viajando com a cia, infelizmente não o vi ser enterrado). Até então eu fui pedir a Alicia Alonso que me levasse do Brasil, mas infelizmente na época Fidel Castro não estava dando visto de trabalho a estrangeiros e principalmente ao BNC, obviamente fiquei triste, mas Alicia sempre deixou as portas abertas para mim, e eu poderia ir à Cuba sempre que necessitasse. Fiquei no Brasil e conheci na época Jorge Texeira que conheceu e gostou muito do meu trabalho. Assim que comecei a trabalhar com ele, e foi quando dei início às minhas funções de Maestro na Fundação do Conservatório Brasileiro de Dança à seu convite. Também passei a ser Ballet Master da Cia Brasileira de Ballet (onde sou até os dias de hoje).

Atualmente Jorge Texeira passou a dirigir totalmente a Cia Brasileira de Ballet, enquanto eu passei a dirigir ao lado de Viviam Marinho o Conservatório Brasileiro de Dança como Diretor Artístico aprimorando a cada dia a técnica Nacional e evoluindo cientificamente os processos técnicos e artísticos para cada aluno, hoje viajando pelo mundo e pelo Brasil, levando a todos os alunos a minha experiência e a verdade que sempre confie e que vivi.


2 - Você possui um grande reconhecimento pelo seu trabalho direcionado a técnica masculina. Você acredita que a presença masculina na dança clássica é pouco explorada no nosso país?

Hoje em dia no Brasil a dança masculina melhorou muito. Tivemos no passado grandes bailarinos, mas que infelizmente como sempre estão saindo do Brasil pela falta de apoio por parte do nosso governo. Temos hoje grandes talentos nacionais homens de diversas partes do nosso país, são bailarinos com grande potencial. Tenho viajado e visto muitas coisas que podem ser investidas, mas infelizmente a classe masculina é deixada um pouco de lado por algumas escolas no Brasil (coisa que não deveria ser assim, pois sempre o bailarino foi muito importante à dança).

Aluno de Tadheo de Carvalho,
Murilo Gabriel
(Primeiro Solista - Teatro Municipal do Rio de Janeiro)
Existem bons professores em nosso país fazendo trabalhos com homens que são admissíveis, porém ainda falta um pouco mais de estudo em cima de metodologias a serem aplicadas em rapazes e também estudos coerentes a criar bailarinos com um determinado padrão técnico, artístico e principalmente com uma característica que identifique a nossa nacionalidade, são coisas que infelizmente algumas pessoas não pensam. O homem Brasileiro tem um talento especial, são rapazes que tem vontade e gostam de trabalhar, e por essa razão devemos acreditar um pouco mais neste estudo, dessa forma poderíamos de fato levar bailarinos ao estrelato. O Brasil necessita se conscientizar da capacidade de formar e não de exportar para serem formados, esse é um dos principais problemas que enfrentamos em relação a tudo. Hoje em dia ganhar bolsa de estudo virou moda, coisa que para mim é sinônimo de professores e Maestros assinarem incompetência para com a formação de um aluno, pois isso é abdicar os conhecimentos de um maestro ao entregar o bailarino a outro.

Eu acredito muito no Brasil e tenho certeza que não necessitamos de escolas internacionais para formação de nossos bailarinos, isso porque o Brasil é capaz, principalmente quando se diz respeito a categoria masculina, tendo em vista a força de vontade que nossos bailarinos possuem. Se tem uma coisa que aprendi é a ter certeza das coisas e a acreditar na capacidade de cada ser humano, abomino aqueles que levam a dança por interesse e a praticam como uma forma de satisfazer seu ego estando num palco para se exibir ou algo do gênero. Homens Brasileiros amam a dança, sonham em chegar a um objetivo e por esta razão eu prometi a minha vida e ao meu pai que eu jamais abandonaria um bailarino que acreditasse em sua vida e nas propostas que a mesma lhe proporciona, afim de serem grandiosos naquilo que fazem.



3 - O físico de uma bailarina é muito específico e é um critério que pesa bastante. Em relação ao físico da bailarina brasileira (geralmente pernas grossas e bumbum avantajado) você acredita que o mesmo interfira na vida profissional? É possível alcançar uma carreira de sucesso mesmo estando "fora dos padrões" ?

Costumamos dizer que o Brasil é um país eclético, mas as condições físicas são muito necessárias, não estou desmerecendo nenhum aluno Brasileiro, mas tentando explicar que fazer audições pelo mundo à fora é algo muito complexo, pois algumas Cias desejam biótipos específicos e por esta razão a exigência aumenta cada vez mais. Mas acredito que o mais importante nisso tudo é ter bons professores que possam moldar a questão física, isso porque o Brasileiro (como foi já dito) nasce geralmente com biotipos de todas as formas, diferente dos Europeus, Russos e etc. Mas com uma boa formação acadêmica e metodológica poderemos criar bons elementos que possam atingir metas e acabar chegando a uma boa posição. Hoje em dia se cria muito alunos aleatoriamente de qualquer forma e isso na dança se deve tomar muito cuidado, eu costumo dizer que “Primeiro se cria um atleta e depois um grande intérprete” claro que na formação não podemos esquecer-nos do talento das pessoas e unificar, mas geralmente muitos bailarinos Brasileiros adoram girar e saltar muito e com isso acabam esquecendo que existem outras fontes a serem estudadas.
O físico Brasileiro vem melhorando muito com o passar dos anos. Hoje em dia vemos meninos e meninas com físicos de boas condições tendo em vista os seus objetivos, mas obviamente existem aqueles que não tem boa formação, e é a partir daí que devemos entrar com a inteligência e lutar para poder ajudar esses físicos e tentar moldar o máximo que podemos.

Existem exercícios específicos que ajudam a ter um bom preparo, eu particularmente acho um desafio moldar físicos. È muito fácil chegar um bailarino e uma bailarina com dotes espetaculares e moldar, assim como também já tive alunos e alunas que tinham dificuldades e chegaram a um bom ponto. Só que às vezes é importante que o bailarino saiba que não adianta somente querer atingir metas, ele deve trabalhar com muita determinação e força de vontade e saber que nem tudo será mil maravilhas... ele irá sofrer muito até chegar onde deseja. Nem todos os bailarinos serão Bailarinos Clássicos, obviamente então é muito importante ter em mente o foco que se deve ser seguido para no fim do túnel ele não acabar se perdendo, e na maioria das vezes ficar sem o rumo correto como muitos fazem.

A minha luta é criar intérpretes e não marionetes.



4 - É fato que a dança no Brasil (assim como a arte em geral) possui pouco reconhecimento e investimento. Você já esteve em Cuba e em alguns outros países… Fale um pouco sobre o contraste dos estrangeiros com nós brasileiros em relação a arte da dança.

O Brasil hoje em dia é um grande exportador de Bailarinos e Bailarinas, temos espalhados pelo mundo grandes estrelas Brasileiras e os estrangeiros estão de fato dando reconhecimento a esse fato importante que é o nosso talento nacional, como eu já havia dito a uns textos atrás: sou muito Nacionalista e obviamente podemos contar com amigos estrangeiros a criar fontes onde a cada dia possamos aprimorar a técnica nacional.

Um grande Maestro sempre deve ter em mente que a necessidade de uma metodologia é necessária como ter noção de pedagogia, anatomia, psicologia e saber principalmente que a dança é uma Ciência e deve ser estudada com muita cautela. Preocupa-me muito o fato dos Brasileiros colocarem os estrangeiros em primeiro lugar, porém acredito que um dia o Brasil vai reconhecer fatos que ele não necessita ir até os estrangeiros e sim os estrangeiros virem ate nós, o Brasil necessita saber que a Dança que devemos desenvolver é única, e que a cada dia devemos estudar com muita seriedade o que nos é aplicado.

No exterior existem fontes ricas de reconhecimentos na área artística, coisa que no Brasil é uma luta você ter o reconhecimento da classe nacional. Mas até os dias de hoje eu confio nas metas que assim acredito e posso afirmar que teremos grandes vitórias em nossa jornada.



5 - Para encerrarmos, deixe uma mensagem para os(as) bailarinos(as) que estão lendo a entrevista...

Senhores Bailarinos(as), Maestros, Professores, ensaiadores e preparadores: quando desenhamos uma trajetória acreditamos profundamente na certeza do que vamos conseguir. Obviamente os caminhos são largos e com muitos tropeços, a vida na Dança é modificar totalmente a maneira que vivemos, nos entregando de todas as formas e de todas as maneiras, entregando o melhor que podemos de nossas vidas.

Eu sempre acreditei em meus sonhos por mais difíceis que eles poderiam ser, em nossa carreira existem fases duras e pessoas que não confiam em nós, porém sempre estamos ali determinados e continuando nossa trajetória. Houve momentos de minha vida que pensei em desistir, mas sempre havia um bom motivo para eu continuar. Quando eu enxergava que tudo ia desabar eu buscava me entregar em outros pensamentos e buscar novos horizontes no qual iriam me enriquecer, eu sempre agradeci e agradeço a todos os meus Maestros por tudo que são e que foram em minha vida, cada dia é um novo dia e sempre irá ter um motivo para crescer.

Obedeçam a seus Maestros, profissionais de dança... respeitem o espaço de cada um e aprendam a dar valor a aqueles que podem ter um grande futuro, e saibam que às vezes por um gesto de nobreza a sua própria carreira pode se elevar. Aprendam a se enraizar, não façam como muitos que preferem apenas aparecer pelo egoísmo. Busquem de fato serem verdadeiros, pois tenham certeza que tudo que desejares de bom ao seu próximo terás em dobro, e lembre-se: nada na vida se conquista com maldade, pois quando o castigo vem ele não pede permissão de entrada, ele entra a sua porta e assim mostra a você realmente suas faltas e seus erros.

Entrevista realizada em: Maio de 2013
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Criado em fevereiro de 2012 o blog "Expressão da minha alma" é uma página que criei com o objetivo de compartilhar diversos assuntos relacionados ao mundo da dança, em sua maioria, questionamentos levantados por mim mesma ao decorrer da minha carreira de bailarina. Esse espaço é destinado principalmente a outros bailarinos, que assim como eu gostam de se manter sempre atualizados. Nós bailarinos vivemos em constante aprendizado e foi justamente com essa linha de pensamento que tomei a iniciativa de criar esse blog, afinal, ao publicar algo também estarei aprendendo cada vez mais sobre essa arte, pois antes faço uma breve pesquisa (quando necessário) para postar artigos de conteúdo, com isso, também estarei aprendendo cada vez mais sobre essa arte.

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