Sylvia

Photo by Enrico Nawrath

Sylvia ou La Nymphe de Diane é um ballet de 3 atos inspirado no poema Aminta, de Tasso, que o escreveu no século XVI e sobre o qual foi desenvolvido o libreto de Jules Barbier e o Barão de Reinach. Nele vemos a história de uma ninfa que serve à deusa da caça, Diana, e é objeto do amor de um pastor, Aminta, mas que o desdenha por valorizar sua posição virginal e por obediência à deusa. O ballet foi criado para a Opéra de Paris e estreou em 1876 no Opéra Garnier com coreografia de Louis Mérante, que hoje está completamente perdida. O próprio Mérante dançou o papel de Aminta enquanto Sylvia foi interpretada por Rita Sangalli, uma bailarina tida como portadora de um grande físico, mas de  habilidades nada espetaculares na dança. Depois dessa primeira versão outras foram produzidas, mas, como a primeira, caíram logo no esquecimento. Na realidade, esse ballet é grandemente marcado pela sua grandiosa música e não pela coreografia. A música, que arrebatou Tchaikovsky, fazendo-o mesmo dizer que se a tivesse ouvido antes jamais haveria escrito a música de “O Lago dos Cisnes”, é vista como a grande responsável pela sobrevivência de Sylvia e também apreciada como inovadora, não só servindo de fundo para a dança, como verdadeiramente guiando a ação.

Diz-se que Delibes apareceu em sonho a Frederick Ashton e implorou a ele que resgatasse o seu ballet. Ashton não se fez de rogado e em 1952, nova montagem foi produzida pelo Royal Ballet com sua coreografia, que ele a criou especialmente para enaltecer as habilidades da bailarina Margot Fonteyn. Porém essa versão foi reduzida a um ato em 1967 e logo depois de 80 sessões desapareceu do palco da Opera House. A ausência durou até 2004 quando Christopher Newton recriou o ballet para celebrar 100 anos de Frederick Ashton. Para a remontagem ele se guiou por meio de uma antiga gravação sem som e lembranças sobre a antiga montagem. Os novos cenários e figurinos são muito inspirados no classicismo e evocam a eras mitológicas, numa riqueza de detalhes tal que até os arcos manipulados pelas caçadoras de Diana permitiam movimentos reais, como se flechas legítimas estivessem sendo atiradas e não só por meio de mímica. A noite de estréia contou com Darcey Bussel no papel principal.

Ainda em 2004 Mark Morris criou sua própria versão de Sylvia para o San Francisco Ballet, nesta versão ele buscou resgatar o libreto original, que ele descobriu conter várias direções de palco e a música original. A música só foi publicada para piano na ocasião de sua composição, o que gera liberdades na orquestração tão variada que apresenta hoje.

SYLVIA

Música: Léo Delibes
Libreto: Jules Barbier e Barão de Reinach
Coreografia: Louis Mérante

• Ato I: Um ritual em veneração a Eros está sendo realizado no meio da floresta, quando chega Aminta, um pastor. Ouvindo a aproximação de Sylvia e suas caçadoras comemorando o sucesso de sua última caça, o jovem se esconde sob a capa de Eros e a observa. Sylvia, por seguir Diana, deusa que defende a castidade, se mofa da estátua de Eros. Aminta se aproxima e se declara apaixonado por ela, mas ela se sente ofendida, e culpando a Eros atira uma flecha em sua estátua. Aminta protege a estátua colocando-se em sua frente e é atingido, caindo morto. Eros, por sua, vez, dispara sua flecha contra Sylvia, que atingida no coração, deixa o local. Orion, um caçador que estava observando tudo, também deseja Sylvia e se dispõe a tê-la. Mais pessoas chegam para venerar a Eros enquanto Orion comemora a morte de Aminta. Sylvia retorna ao local, e sentindo o efeito da flecha de Eros, lamenta a morte do pastor. Orion aproveita para raptá-la, cena que é vista por um camponês presente, que junto com um amigo, chora por Aminta e pede ajuda a uma pessoa coberta com uma capa. Essa pessoa pressionando uma flor contra os lábios de Aminta o ressuscita, revelando ser Eros e em seguida contando a Aminta sobre o rapto de Sylvia e enviando-o para salva-la.
  
  
• Ato II: Na caverna de Orion, o caçador tenta persuadir Sylvia a amá-lo, oferecendo jóias e roupas, mas ela pensando Aminta, e mantendo o arco de Eros junto a si, o recusa. Ele toma o arco e tenta fazê-la beber, mas ao contrário, ela o encoraja a embebedar-se, dança para ele até que caia bêbado e quando isso acontece pega de volta o arco e reza pela ajuda de Eros ao mesmo tempo em que segura seu arco. Ele aparece e mostra a ela uma visão de Aminta esperando perto do  templo de Diana e os dois partem para lá.
  
  
• Ato III: na praia próxima ao templo de Diana é realizada uma celebração em honra de Baco, quando chega Aminta procurando por Sylvia. Ele crê que ela se encontra no templo de Diana, mas percebe que as portas estão fechadas. Logo, chega um barco trazendo Eros, Sylvia e várias atendentes. Os amantes se reúnem e todos comemoram, mas logo chega Orion pretendendo recapturar Sylvia. Ela corre para o templo e o caçador, depois de uma luta contra Aminta, tenta invadi-lo, mas Diana, enfurecida pela intrusão mata Orion. Furiosa pela união de Sylvia e Aminta, ela proíbe a relação, mas Eros a faz lembrar que ela também já foi apaixonada por um pastor, Endymion. Lembrando-se, ela decide abençoar o casal.

Fonte: Fotolog - We Love Darcey